Para ele, negar essa oportunidade às crianças é uma negligência
O retorno das aulas presenciais nas escolas da rede municipal de ensino de Tangará da Serra nesta semana e o pedido constante de pais com alunos na rede estadual para que esse retorno também aconteça, trouxe à tona a discussão sobre o retorno seguro às aulas presenciais.
Em busca de orientação, os vereadores tangaraenses Edmilson Porfírio (Podemos), Nivaldo Leiteiro (Podemos) e Eduardo Sanches (PSL) organizaram na quarta-feira, 5, uma reunião com o médico pediatra Maurício Martins. O profissional, que atende no Hospital Santa Ângela, se mostra favorável ao retorno das aulas presenciais.
“A Sociedade Brasileira de Pediatria e todos os órgãos que envolvem, vários infectologistas do Brasil inteiro, psiquiatras e psicólogos recomendam a volta as aulas com urgência, porque o impacto na saúde mental das crianças é muito importante”, informa.
Para ele, negar essa oportunidade às crianças é uma negligência e hoje, mais de um ano depois do início da pandemia, já é possível ter algumas certezas.
“Uma coisa tranquilizadora que preciso passar para os pais é em relação a transmissibilidade do vírus. As crianças transmitem muito menos do que os adultos e a transmissibilidade ocorre muito mais do adulto para a criança, do que da criança para o adulto, ou, da criança para criança. Assim como as crianças são menos suscetíveis a essa doença, em relação a gravidade. Elas evoluem, geralmente, de forma leve. Isso falando em 99% dos casos que evoluem de forma leve”, completa,
ao reconhecer que há riscos de contaminação, mas os benefícios são maiores.
Quanto a preocupação à saúde dos professores, o pediatra ressalta que essa preocupação é de todos os trabalhadores, independente da profissão.
“Eu, como profissional da saúde, também senti medo. Ou você acha que os profissionais que trabalham no supermercado, nos postos de combustíveis e lojas não tem medo? Todos nós temos medo, mas nós escolhemos nossa profissão. Essa foi a profissão que eles [professores] escolheram e assim como todos precisamos correr riscos, com um único objetivo: as nossas crianças com saúde mental e precisamos preservar isso”, opina.
“Não estamos pedindo para voltar as aulas presenciais de qualquer forma. Para isso é necessário um protocolo de segurança. Seguindo sempre, de forma rígida esse protocolo, afirmo que é possível voltar com segurança as aulas presenciais”, reforça.
“Lembrando que essa pandemia não vai terminar esse ano, muito provavelmente nem o ano que vem, então não podemos negligenciar, não podemos jamais ferir aquilo que é o artigo quinto do Estatuto da Criança e do Adolescente. Nenhuma criança deve ser negligenciada ao que seria os seus direitos fundamentais e toda a criança tem o direito fundamental a saúde e a educação”.
O vereador Edmilson Porfírio (Podemos), que recebeu os colegas parlamentares e o médico pediatra Maurício Martins em seu gabinete disse estar satisfeito com o que ouviu e pode agora se posicionar com mais segurança.
“A preocupação é muita e por isso quero agradecer a contribuição do doutor Maurício. (…) não podemos deixar faltar informações e justamente dessa preocupação da entrevista para passar também tranquilidade aos pais e professores”.
O vereador Eduardo Sanches (PSL), que foi um dos autores da lei que tornou no município a educação atividade essencial, reforça a necessidade do retorno das aulas presenciais em todo o Município.
“A volta as aulas é essencial, super importante. Já teve início essa semana e nós temos entendimento que através de um protocolo sanitário, como descrito no Projeto de Lei número 12 dessa Casa, com todas as medidas de distanciamento, álcool em gel, horário alternativo de recreio, horário alternativo de entrada e saída, gera essa segurança para retorno de forma eficaz”, se manifesta.
