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Temporada da consciência

Renato Carlini Camargo 29/04/2024 Artigos

Em uma casa com quatro moradores, em média, 8 baldes de água poderiam ser economizados diariamente, sim, por dia. Imagine a diferença ao final de um mês, de uma temporada de estiagem, de um ano inteiro!

Temporada da consciência 

Os mais recentes boletins emitidos pelo Serviço Geológico do Brasil, do Ministério de Minas e Energia, lançam alertas importantes sobre o Pantanal e aos que vivem nele. O maior deles é o de que até o mês de março foi acumulado um déficit de quase 300 milímetros de chuva na região, claro sinal de que não está ocorrendo a recarga hídrica habitual, se analisada a série histórica, nesse patrimônio mundial da humanidade.

E é nesse contexto que natureza e homem se misturam, umbilicalmente. Sem água, não há vida. E sem cuidado com a água, não há qualidade de vida tampouco sustentabilidade ambiental.

À medida que a temporada de chuvas avança para sua reta final é preciso que todos, unidos em comunidade, tenhamos a clareza de que o período de seca deve ter como lema o consumo consciente do recurso hídrico.

Estarmos num berço de águas como o Pantanal aumenta nossa responsabilidade coletiva com essa missão. E isso implica, de imediato, na revisão de hábitos de consumo. Você certamente já ouviu recomendações simples como escovar os dentes com a torneira fechada. Acredite, se medidas aparentemente singelas como essa forem levadas a sério e adotadas como prática em casa, por todos e todos os dias, isso fará uma grande diferença!

O desperdício de água se traduz em outras cenas do cotidiano, do banho demorado com o registro aberto àquela gotinha insistente a cair da torneira da cozinha sem parar e sem conserto. Atitudes que podem e devem ser mudadas, ao racionalizarmos a forma como cuidamos da água nossa de cada dia.  

Você sabia que para a água tratada chegue até você e sua família, há um complexo e dinâmico conjunto de operações de captação, tratamento e distribuição, com diferentes frentes de conhecimento e trabalho aplicado? Nessa tarefa diária, que entrega à população um serviço essencial, também entregamos junto com a água mais saúde, mais conforto dentro dos lares, mais bem-estar à comunidade.

Mas todo esse esforço e valor não serão perenes se o consumo consciente não estiver presente na vida em sociedade e na relação de cada um de nós com o recurso hídrico. Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS – 2022) mostram que o consumo médio de água no Brasil é de 148,2 litros por habitante ao dia, bem superior à quantidade referenciada pela Organização das Nações Unidas, a ONU, como suficiente para atender as necessidades básicas individuais (110 litros ao dia).

Esses 38,2 litros de água que separam o real e o ideal – o que corresponde a cerca de dois baldes usados na limpeza doméstica - podem parecer números frios, que pouco dizem à minha, à sua, à realidade dos cuiabanos. E é aqui que te convido, meu leitor nesta jornada consciente, a fazermos uma conta simples: numa casa com quatro moradores, em média, 8 baldes de água poderiam ser economizados diariamente, sim, por dia. Imagine a diferença ao final de um mês, de uma temporada de estiagem, de um ano inteiro!  

Podemos afirmar que por trás do desperdício há a ação humana. A boa notícia é que também está em nós a chave do protagonismo para proporcionarmos um meio ambiente mais equilibrado.

Vamos juntos adotar atitudes de consumo consciente?


Renato Carlini Camargo é diretor-geral da Águas Cuiabá.

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