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FERTIRRIGAÇÃO – Consultor Ambiental defende reúso de água residuária como alternativa

Fabíola Tormes / Redação DS 07/12/2020 Rural

Sugestão é para reutilização do esgoto tratado da cidade de Tangará

Fertirrigação laranja – Fazenda Boitanga (Foto: Arquivo pessoal Décio Siebert, 2020)

O Engenheiro Agrônomo e Consultor Ambiental, Décio Siebert, que compõe o Comitê Interdisciplinar de Saneamento de Tangará da Serra, apresentou ao prefeito eleito Vander Masson (PSDB) uma alternativa de reúso de água residuária – a fertirrigação.


Segundo o consultor, trata-se de um processo de aplicação de fertilizantes via irrigação, que pode ser realizada por diferentes sistemas de irrigação (aspersão ou localizada). “O reúso de água residuária (esgoto tratado)  representa o múltiplo uso de águas. É denominado também de águas recicladas, reaproveitadas, reúso ou uso de águas reutilizáveis”, explica, ao destacar que atualmente, devido à sua importância no planejamento da gestão integrada e sustentável dos recursos hídricos, encontra-se mais em evidência, sendo praticado no mundo inteiro.


Em Tangará da Serra, por exemplo, já existe uma experiência bem sucedida de reuso de água de efluentes tratados dos dois principais frigoríficos instalados no município, na Fazenda Boitanga. “Em 2013, quando tivemos a primeira situação de falta de água para abastecimento público, os frigoríficos que estão localizados a jusante (abaixo) da Estação de Tratamento de Água do Samae, que possuem outorga para lançamento de efluentes e captação de água,  tiveram que encontrar uma solução porque a ETA do Samae estava captando mais de 90% da vazão da água do Queima-Pé, para atender a população urbana do município. Diante dessa situação, os dois frigoríficos se uniram e construíram uma tubulação de 150mm, em uma extensão de aproximadamente 7 quilômetros, até a Fazenda Boitanga, onde e feita a fertirrigação”, explica.


São enviados anualmente para a Fazenda Boitanga em torno de 1.350.000 m3 de efluentes tratados, que são utilizados em fertirrigação de lavouras de soja, milho, laranja, girassol e em áreas de pastagem.


“Este mesmo processo poderia ser feito com o esgoto tratado da cidade de Tangará da Serra, que atualmente é lançado no Rio Ararão”, afirma, sendo uma alternativa para a solução da crise hídrica. “Esta é mais uma, pois se não for mais lançado o esgoto tratado no Rio Ararão, cria-se a possibilidade da captação de água daquele corpo hídrico para abastecimento público, através de uma nova ETA a ser construída nas proximidades do seu leito, em ponto a ser analisado. Num raio de 3,00 km da última lagoa da Estação de Tratamento de Esgoto, existem várias propriedades com lavouras e pastagens, que poderiam receber esse efluente tratado para fertirrigação”.



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