O trabalho está sendo desenvolvido e orientado pelo Instituto Federal
A Cooperativa de Material Reciclado de Tangará da Serra (Coopertan) iniciou nesta terça-feira, 9, o projeto ‘Compostando: uma forma de qualificar catadores/as na reciclagem de resíduos sólidos orgânicos’.
O objetivo, através da orientação do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), é capacitar os cooperados para a gestão dos resíduos sólidos orgânicos, através da reciclagem das sobras, conhecidas como lixo orgânico, para compostagem. A medida visa assegurar ainda a defesa do meio ambiente, por meio do estímulo a novas formas de desenvolvimento sustentável.
De acordo com o consultor em compostagem contratado pelo IFMT, Thiago Eiti Yamaushi, neste primeiro dia foi realizada a implantação de uma leira de compostagem no sistema termofílico para a gestão da fração orgânica do resíduo sólido urbano.
“Destinando o resíduo orgânico da cidade para um sistema que produza adubo e que esse adubo possa retornar para a cadeia produtiva dos alimentos”, explica o especialista,
que orientará os cooperados pelos próximos meses.
“Fizemos a implantação da leira e as mulheres cooperadas farão o monitoramento. Na próxima semana, provavelmente, farão uma recarga. O que seria? Fazer a coleta desse resíduo orgânico e fazer novamente o abastecimento da leira e mês que vem estou de volta para continuar o trabalho”, detalha o consultor.
O trabalho, segundo ele, está sendo desenvolvido pelo Instituto Federal por meio do Programa de Extensão Pedro Casaldáliga, que oferta cursos de formação e necessidade dos povos tradicionais e de grupos que vivem em contexto de vulnerabilidade social no estado de Mato Grosso. O objetivo é promover a organização produtiva nas comunidades tradicionais e contribuir para a autonomia econômica e financeira dessas comunidades e pessoas por meio da qualificação profissional, incluindo estes povos e comunidades nas ações de ensino, pesquisa e extensão do IFMT.
“O que estamos fazendo é apresentando uma tecnologia, que é uma ferramenta para a gestão da fração orgânica”, completa.
Atualmente, cerca de 50% do lixo produzido no país é composto por resíduos orgânicos, que sofrem o soterramento nos aterros e lixões, impossibilitando sua biodegradação. São eles que, segundo o especialista, mais causam efeitos ambientais negativos no aterro sanitário e no meio ambiente, com a produção de chorume, emissão de gases do efeito estufa, atração de fauna e de vetores de doenças.
A compostagem é, em síntese, a "reciclagem dos resíduos orgânicos". Trata-se de uma técnica que permite a transformação de restos orgânicos em adubo. É um processo biológico que promove a aceleração da decomposição do resíduo, tendo como produto final um composto orgânico.
A atividade consiste em uma forma de recuperar os nutrientes dos resíduos orgânicos e levá-los de volta ao ciclo natural, enriquecendo o solo para agricultura ou jardinagem. Além disso, a compostagem é uma importante medida para reduzir o volume de lixo produzido pela sociedade, destinando corretamente o resíduo que se acumularia nos lixões e aterros.
Entre os participantes do projeto, a cooperada Silvania Regina que gostou muito do treinamento recebido.
“Um universo que não conhecia. Estou há 13 anos mexendo, trabalhando com coleta seletiva, que estou dentro da Coopertan e meu conhecimento era somente na coleta seletiva. Tinha ouvido falar [da compostagem], mas não sabia como fazer e os seus benefícios”, comenta,
ao destacar que a sua intenção é realizar esse trabalho a partir de agora.
“E quem sabe agregar mais alguma coisa no nosso orçamento”.
